A primeira etapa da Nova Praia da Ponta Negra foi entregue a população de Manaus sem planejamento. O lugar é sem dúvida um local muito bonito. O novo desenho do calçadão, espelhos dágua e anfiteatro chamam a atenção pela beleza. Mas a vergonha é dupla, tanto pela falta de planejamento, quanto pela falta de educação do próprio povo amazonense.
Vamos dividir a vergonha.
1) - A Praia ficou linda. Mas faltam mais bancos próximos a orla, aos espelhos dágua, aos mirantes, etc. Faltam mais lixeiras espalhadas pelo calçadão, as que existem são minúsculas e não dão conta. Falta um bom restaurante ou franquias no local. Dois banheiros na beira do rio para uma praia tão grande é um número muito pequeno. Há poucos salva-vidas na praia e eles só permanecem até as cinco da tarde. Mesmo com a quantidade de mortes registradas na praia desde que foi inaugurada, o número de salva-vidas e nem o horário de trabalho foram estendidos.
2) - O que é feio é a educação do povo manauara. Tudo começa com a roupa de banho. É quase impossível encontrar algum homem de sunga ou uma mulher de maiô ou biquini. Quase que 90% dos banhistas entram na água de cueca, calção, camisa, o que deixa a imagem de praia longe do que deveria ser. Uma falta de respeito ver jovens do sexo masculino com suas cuecas molhadas revelando suas partes íntimas ao lado de crianças e idosos que dividem o mesmo local. Cueca box não é sunga. Outra situação que nos envergonha é a quantidade de lixo despejada pelos banhistas na beira do rio. Restos de comida, sacos de bolacha e salgadinhos e milhares de latinhas de cerveja. Já que o poder público não dispõe de lixeiras suficientes, os banhistas deveriam pelo menos colocar o lixo em sacolas e em seguida depositar o lixo nas lixeiras da orla. Deveria ser proibido entrar na água com latinhas na mão. As bancas de comida na areia deveriam ser retiradas, já que contribuem para a poluição. Nas praias do Rio de Janeiro, as barracas de comida só são permitidas na orla e não na areia. Vendedores ambulantes nas praias cariocas também são proibidos de circular.
PRAIA INTERDITADA
Depois de nove mortes por afogamento na Ponta Negra desde a reinauguração do balneário, em junho deste ano, a praia permanente será interditada por tempo indeterminado, já que a areia apresenta buracos e ondulações que colocam em risco a vida dos banhistas.
A praia permanente não foi projetada como deveria, apesar de ter custado 12 milhões de reais. As mortes ocorreram devido a vários fatores: ondulações do fundo, banhistas que entraram na água após consumir álcool em excesso, banhistas que entraram na água durante a noite onde a visibilidade é ruim já que a água do rio é muito escura.
A interdição temporária também servirá para a análise, pela Prefeitura, das demandas e observações feitas pelo colegiado do GGI, que envolve o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, Capitania dos Portos, entre outros órgãos para buscar medidas de prevenção e segurança para os frequentadores da Ponta Negra.
O caso mais curioso foi a morte de um adolescente, de 17 anos que entrou na água apenas para se lavar e em poucos minutos desapareceu na água. A grande quantidade de comida deixada na beira da praia pelos usuários também pode atrair a atenção de animais como cobras e jacarés, um grande perigo aos banhistas.
